Um projeto pioneiro lançado na cidade de Votorantim (SP) prevê a coleta e transformação dos restos de cigarros em adubo orgânico. O trabalho envolve a prefeitura municipal e empresas de reciclagem. Uma das parceiras do projeto, a empresa Poiato Recicla, desenvolveu coletores de pontas de cigarro que serão colocados em locais estratégicos, como a entrada de bancos, restaurantes e prédios públicos. O município possui aproximadamente 120 mil habitantes.
O material será recolhido regularmente e encaminhado para outra parceira, a Conspizza, de Uberlândia (MG), que o submeterá a um processo de compostagem. Após a retirada dos metais pesados e outros componentes agressivos, os restos de cigarro serão misturados a um composto orgânico e resíduos vegetais.
Desde que a lei antifumo, em 2009, proibiu o cigarro em recintos fechados, as prefeituras paulistas constataram um aumento no volume de pontas lançadas nas ruas. O material servirá de adubo para plantas em projetos de recuperação ambiental.
A prefeitura de Votorantim fará campanha para incentivar o uso do coletor. O sócio da empresa Poiato Recicla informou que o projeto foi trazido de Londres por um médico e que pretende estender a iniciativa a outras cidades.
De acordo com o empresário, embora pareça inofensiva, a ponta de cigarro traz sérios problemas ambientais, sendo que 20 bitucas num manancial geram poluição equivalente a de um litro de esgoto.
O município de Votorantim vai bancar parte do custo com a coleta e a destinação do material, mas espera fazer parcerias para dividir a despesa.
Pesquisas apontam que os restos de cigarro representam quase um terço do lixo lançado nas ruas e calçadas.
O Brasil produz, anualmente, 140 bilhões de cigarros e cada bituca leva, em média, dois anos para se decompor na natureza.
*Fonte: Agência Estado
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