quarta-feira, 8 de agosto de 2012

UFAAAAAA...SENADO APROVA VOLTA DO DIPLOMA DE JORNALISTA!!!

Senador Aloysio Nunes critica decisão e se declara contra
Justiça foi feita, finalmente. O Senado aprovou, nesta terça-feira, 7, com 60 votos favoráveis e 4 contra, a Proposta de Emenda à Constituição(PEC 33/2009) que determina a volta da obrigatoriedade da obtenção do diploma de curso superior de jornalismo para o exercício da profissão. O texto agora retorna à Câmara dos Deputados para ser votada uma proposta semelhante que tramita na Casa.
Em sua edição de hoje, o jornal O Estado de São Paulo afirma, em matéria assinada pela jornalista Rosa Costa que “A emenda agora aprovada e a da Câmara são alvo do lobby patrocinado pela Federação dos Jornalistas (Fenaj) e por outras entidades sindicais”.
A cara de pau é tanta do jornalão, pois esquece que ele e outras grandes empresas de comunicação do Brasil, juntos com suas entidades sindicais também fizeram um enorme lobby perante o STF para obterem o fim do diploma.
Lamentável é a posição do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que foi o único a se manifestar contra a proposta. Em sua opinião, o parlamentar tucano diz que a decisão das duas Casas “interessa, sobretudo, aos donos de faculdades privadas ruins, "arapucas que não ensinam nada e que vende a ilusão de um futuro profissional". "Não há interesse público envolvido nisso, pelo contrário, a profissão de jornalismo diz respeito diretamente à liberdade de expressão do pensamento, de modo que não pode estar sujeita a nenhum tipo de exigência legal e nem mesmo constitucional".
Pode até ter razão com relação a faculdades ruins, mas esquece que também há faculdades e universidades ruins neste país, formando médicos, dentistas, psicólogos, advogados e uma gama enorme de profissionais, em cujas mãos ficarão milhares de pessoas. Contra elas, que eu me lembre, o senador nunca se posicionou.
Aloysio Nunes declarou ainda à jornalista do Estadão que “se a emenda for aprovada pelos deputados, a profissão de jornalista será a única a constar na Constituição. "Existem médicos, advogados e outros profissionais que são bons jornalistas, sem a necessidade de ter um diploma específico". "Será uma aberração colocar a profissão de jornalista na Constituição por razões meramente corporativas, para atender ao sindicalismo dos jornalistas, que é o mesmo que trabalha pelo controle social da mídia".
Felizmente, ainda se ouve um pouco de coerência parlamentar em Brasília. A senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou que, por ser jornalista diplomada, aprovaria a proposta. Para ela isto é uma "questão de coerência”.
O autor da proposta, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), ressaltou, com relação às críticas à proposta de emenda, que ela parte dos "patrões de empresas de comunicação, interessados em contratar profissionais não diplomados por um salário menor”. O que é a mais pura verdade.
Por quem o senador Aloysio Nunes discursa não sei dizer. Mas me parece que sua defesa intransigente pelo fim definitivo da obrigatoriedade do diploma de jornalista tem uma estrada pavimentada de papel jornal, cheirando a muita tinta e somada com um tanto de ar condicionado, ternos importados e perfumes caríssimos que compõem cenário dos gabinetes dos barões da comunicação brasileira. 
Esses barões sim, por deterem o poder da mídia, detêm também o controle social e político do Brasil em suas mãos, em detrimento à verdadeira liberdade de expressão política de nossos representantes no Congresso Nacional e na Presidência da República, tremem diante deles e se borram de medo diante de seus órgãos de comunicação. 
Principalmente em ano de eleições.

Texto: Alfredo de Souza

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